Voltei novamente a "blogar".
Quando os webblogs começaram a ser uma febre, me meti a fazer um monte de blogs, tanto no precursos dele, que foi o blig do iG (se não me engano), e depois no blogpost e outros, e até nesse endereço eu, se não me engano, devo ter umas cinco contas. Um abuso, quando não se usa nenhum.
Em diversos blogs eu inicei contanto minha infância. Contei o que eu achava que fosse uma verdade para mim. Nunca admiti que tivesse problemas com relacionamentos familiares, mas a terapia (ah, santa terapia), mostrou que na realidade a Viridiana sofre de sérios problemas com relação à família.
Nasci a caçula, aquela que tem que ser cuidada e protegida, e no final acabei cuidando e protegendo quem ficou desamparado.
Sempre dizia que a separação de meus pais foi a melhor coisa que aconteceu naquela casa, mas não admitia que era o melhor para minha mãe. E eu? Nunca pensei na realidade em mim. Sempre nos outros, e continuo assim.
Não fui criança. Fui adulta desde a infância, assumindo responsabilidades que não deveriam ser minhas. Tive um pai, ausente, mas um pai. Um homem que passou a mesma relação de ausência e presença para os homens da família.
A terapia tem sido a melhor coisa que já fiz por mim. Tenho me descoberto, e isso é um ganho que ninguém pode tirar de você. Alguns podem me dizer, como você não se descobriu sozinha? E eu respondo, você admite estar errado ? Você admite ver o problema a sua frente e permite-se direcionar esse problema até sua solução? Pode? Ótimo, você é um privilegiado.
Eu não posso, eu não consigo, ou melhor, eu não conseguia.
Sou filha de pai ausente e mãe controladora. E com isso, assumi a parte de controladora dela, e a ausência de demonstração de sentimentos de meu pai. E isso estou aprendendo a entender. Só que é um caminho longo, árduo, não é fácil. Se fosse fácil, não custaria tão caro!
Percebo que reprimo muito minhas emoções, mesmo aparentando ser tão carinhosa. Precisamente isso estou trabalhando.
Espantei-me ao perceber que preciso sim da família que eu disse a mim mesmo que não queria encontrar. Fui procurar meu
irmão e com ele tive uma conversa legal. Claro que fui armada e encouraçada, não me permitindo chorar. Mas fui bem recebida, fui bem tratada e tive algumas informações que não tive quando criança.
É, minha família sofre de um mal bem conhecido, a falta de companherismo e a displicência no trato com seus integrantes.
Quem não viu uma família assim que atire a primeira pedra.
Mas porque resolvi voltar a blogar? Porque senti necessidade de expor minhas mazelas e escrever sobre o que sinto. Perdi isso nos momentos em que me vi envolvida com o André Tadeu. Entrei em completo processo de depressão, talvez por ter entrado em contato com meu eu interior. Sobre o André, a quem vou denominar de Ele para que não seja continuamente dolorido falar da perda que ele teve em não continuar comigo, eu falo depois. O que importa agora é falar de mim, da minha família e dos meus momentos de terapia e evolução.
Sim, evolui muito. Está certo que a dois meses eu não faço terapia direto, apenas por contenção de despesas, mas logo eu retorno. E a Simone (terapeuta) tem percebido uma grande evolução. Agora estou mais questionadora, ainda com a ansiedade a mil, mas controlada nos momentos em que eu estouro. E assim vou indo.