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16 dezembro 2005

A vida como ela é !

Ela passou um ano olhando o mundo pela lente embaçada de um monitor. Acordava as 7:00 hs só pelo prazer de ligar o computador e falar com ele, eram momentos de puro deleite, pura obsessão. Nutria por ele enorme admiração. Considerava-o um homem esperto, inteligente, resolvido, coerente.
Quando precisava ausentar-se, corria o suficiente para que chegasse no momento do Adeus, que era um sinal de que no dia seguinte, as coisas estariam do mesmo jeito, no mesmo patamar.
Até que um dia, o sol bateu muito forte no monitor, e ela pode ver o próprio reflexo e entender que ali não havia nada, absolutamente nada. Ela falava com ela, por ela e do modo dela. Ofuscada pelo próprio brilho, ela se assustou e se escondeu. Encontraram-na naquele lugar escuro, sombrio, fétido, horrível.
No dia seguinte, ela ligou o pc e se deu conta de que ela era muito mais do que um mero virtual.

14 dezembro 2005

"Homens conseguem ser desprezíveis por outras razões, mas em se tratando de inveja e mesquinharia as mulheres dão de dez." (Ziggy)
Começando esse post por essa frase dita pelo Cirineu no dia de hoje, comecei a entender como os homens nos veêm. Qual a percepção que eles tem sobre o modo como agimos entre nós. E posso endossar, eles estão certos.
No meio de uma conversa sobre o modo como as pessoas se expressam (bem ou mal) na internet, levantei a hipótese com ele sobre o fato de uma colega virtual sempre que vem falar comigo, demonstrar ter uma intimidade maior do que a minha com uma determinada pessoa. Por vezes reparei essa situação, mas dava uma importância ao fato mínima, até que um dia isso me desagradou realmente. Afinal, com que finalidade essa colega utilizava-se desse artifício?
Desagradando-me profundamente, o que melhor me pareceu fazer era ignorar essa pessoa. Dar-lhe o tratamento contrário ao que daria na vida real, porque se convivesse comigo no mesmo ambiente real, deveria eu, por educação, suportá-la (acho!).
Foi ai que percebi, e respaldando a frase de Cirineu, posso dizer que realmente, quando o assunto envolve inveja, ciúme ou mesquinharia, nós mulheres damos de dez. O que no mínimo não deveria causar espanto a ninguém.
Só o que me faz pensar em lamentar algumas atitudes, vinda de pessoas do mesmo sexo. Homens definitivamente não pensam assim quando o assunto é relacionamento, amor, etc...
São alheios a esses tipos de atitudes porque isso não os fortalece, e tem plena consciência disso. Será que penso tal qual os homens?
Pois é, ficamos chocados quando vemos pessoas, ditas detentoras de um certo conhecimento, agindo dessa forma! Pessoas que com certeza não podem reclamar quando a denominamos de vazias, pequenas e insignificantes.
Então, como vivemos num mundo virtual e como novamente disse meu "guru" Ziggy, "...permitir-se ofender, deixar-se irritar por pessoas que nada significam na sua vida é pura estupidez... ", vou içar essa pessoa ao patamar da insignificância (que ao que me parece é onde ela quer permanecer) e continuar a caminhar, porque caminhar faz muito bem para a mente.
E.T.: A intimidade tem que ser conquistada, igual uma montanha, não imposta !

12 dezembro 2005

Sinais

Cena: Sinal vermelho, carros parados, garotos “brincando” com malabares na faixa de contenção, um indivíduo se aproxima de um dos carros...

- Tenho culpa de você morar na rua? Foi eu quem te colocou ai? Vai trabalhar, vagabundo!
- Senhor, eu estou apenas pedindo uma esmola, não tenho o que comer!
- Sai da frente do meu carro, tira as mãos do vidro que mandei lavar.
- Senhor, eu trabalhava até cinco meses atrás, quando fiquei desempregado e não consegui mais pagar o aluguel... Vim parar nessa rua por obra e graça de um desalmado português, dono da casa onde morava eu, minha mulher e meus cinco filhos, por favor, uma esmola...
- Quem mandou você “fazer” tantos filhos, tenho eu que cuidar deles pra você? Não me peça mais nada... Saia da minha frente.
- Senhor, se eu fosse do mal, estaria com uma arma agora apontada para sua cabeça, mas sou uma pessoa do bem, só quero alimentar meus filhos.. por favor...
- Estou falando, sai da minha frente...
- Senhor, não me resta outra alternativa... Sai do carro (apontando um .38 para a cabeça do “Senhor”), passa a chave, a carteira e não ouse reagir. Vamos logo, estou com pressa...
- Ohhh, calma, calma... tudo...tudo bem.. estou soltando o cinto de segurança, um segundo... Poxa, reparei que você fala muito bem, qual era a sua profissão anterior?
Entrando no carro, ajustando o banco e olhando com olhos frios para o homem tremendo na rua, ele responde:
- Era um micro empresário, e tenho certeza que desprezei algum pai de família que pedia esmola para poder alimentar os filhos!!!!

E sai em disparada pela avenida, cantando os pneus daquele importado.

(Postado para o 9° Concurso dos Blogueiros Malditos. Tema: Desigualdade Social)
Esse texto que estou postando, está também no meu espaço do msn. Mas vi pertinência em colocá-lo aqui, hoje estou propícia a ter isso em mente.

Quando me amei de verdade, compreendi que em qualquer circunstância, eu estava no lugar certo, na hora certa, no momento exato. E, então, pude relaxar. Hoje sei que isso tem nome... auto-estima.
Quando me amei de verdade, pude perceber que a minha angústia, meu sofrimento emocional, não passa de um sinal de que estou indo contra as minhas verdades. Hoje sei que isso é ser... autêntico.
Quando me amei de verdade, parei de desejar que a minha vida fosse diferente e comecei a ver que tudo o que acontece contribui para o meu crescimento. Hoje chamo isso de... amadurecimento.
Quando me amei de verdade, comecei a perceber como é ofensivo tentar forçar alguma situação ou alguém apenas para realizar aquilo que desejo mesmo sabendo que não é o momento ou a pessoa não está preparada, inclusive eu mesmo. Hoje sei que o nome disso é... respeito.
Quando me amei de verdade, comecei a me livrar de tudo que não fosse saudável...Pessoas, tarefas, crenças, tudo e qualquer coisa que me pusesse para baixo De início, minha razão chamou essa atitude de egoísmo. Hoje sei que se chama.. amor-próprio.
Quando me amei de verdade, deixei de temer meu tempo livre e desisti de fazer grandes planos, abandonei os projetos megalômanos de futuro Hoje faço o que acho certo, o que gosto, quando quero e no meu próprio ritmo. Hoje sei que isso é saber viver a vida ..... intensamente.
Quando me amei de verdade, desisti de querer ter sempre razão e, com isso, errei muito menos vezes. hoje descobri a... humildade.
Quando me amei de verdade, desisti de ficar revivendo o passado e de me preocupar com o futuro. Agora, me mantenho no presente, que é onde a vida acontece. Hoje vivo um dia de cada vez, plenamente.
Quando me amei de verdade, percebi que a minha mente pode me atormentar e me decepcionar. Mas quando eu a coloco a serviço do meu coração, ela se torna uma grande e valiosa aliada.

(texto supostamente indicado como do filme "Sociedade dos Poetas Mortos")