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17 fevereiro 2006

Ascendência, descendência, demência... e correlatos...


Sempre fui meio desligada no que diz respeito à família, seja pela parte de minha mãe, seja por parte do meu pai.

Sei que pelo lado materno, temos ascendência Síria, e que meu bisavô era caixeiro viajante em Minas Gerais. Nem sei o quanto isso é real, mas não também nunca me importei muito até que quando estava na Academia de Polícia, um colega de classe me autodenominou poliandra e com jeito de mulçumana. Isso era no mínimo contraditório, mas tudo bem, no máximo seria apedrejada num primeiro momento.


Bom, desde essa época, algumas pessoas observavam traços de descendência árabe em mim, até que hoje estava falando com um libanês de nascimento (segundo ele), e quando ao cumprimentá-lo em árabe (algumas coisas sei porque ouvia minha avó falando), e discutindo sobre o fato da cor da pele ter aspectos de árabe, ele vem com a pérola machista dos libaneses : “A descendência vem somente do lado masculino da família, do sangue masculino.”

Bom, como boa feminista e mulher (o principal) lembrei o velhote (sim, era um velho de uns 70 anos) que a única contribuição masculina era uns poucos genes que vem naquele bichinho que nada. O sangue, literalmente, era feminino.

Longe de mim discutir genealogia com um septuagenário, e também não me meto a falar de algo que não tenha estudado então, minha ação foi bloquear e deletar o infeliz machista.

Não tenho paciência para macho, principalmente os que vivem no mundo das areias escaldantes e primordialmente os que já passaram dos 45 anos. Estou seletiva nesse ponto!

Passou dessa marca, é sinal de insanidade, debilidade física e falta de proteína no sangue.

Tolerância Zero?? Pode ser... Vai saber...

16 fevereiro 2006

Hummm....

O Post anterior deixou minha amiga Ly meio que enojada. Foi uma reação normal por saber sobre quem estava falando.
Explico: Conhecemos a mesma pessoa. Eu de um modo, ela de outro. Mas a mesma pessoa tem diversos modos de se apresentar para "n" outras pessoas.
Em e-mail, ela demonstrou toda sua revolta e eu respondi a ela que deveria sim ter raiva de mim, porque eu mesma permiti que uma pessoa invadisse de tal forma minha vida que pudesse tomar aquele tipo de atitude. Minha própria terapeuta disse que ele precisa urgentemente de uma terapia, e que atos como aqueles são prontamente inconscientes. Mas esse é um problema único e exclusivo dele. O meu eu já estou tratando.
Somos responsáveis por tudo que nos fazem, por que se isso lhe ofende, lhe agride, lhe rebaixa, é por que vc permitiu, por que você abriu as comportas para isso. Mas, como não abrir comportas se você está frágil, está complacente?
Mas sabe? Acho que esse assunto já deu muito ibope. Lógico que tem coisas que a vida vai levando para debaixo da ponte. Esse está demorando? Fazer o quê? Uma das minhas virtudes é a paciência.
Sim, contrário ao que você pensa, sou paciente sim. Sei esperar.
Contraditória e incisiva. Afiada e contundente. Sou Eu!

14 fevereiro 2006

Motéis...




Hoje acordei de susto, e pelo resto do dia, tenho certeza que vou passar com sustos.
Pois ao atender ao telefone uma amiga fez uma pergunta engraçada: - Na época do “Zé”, você se importava com ele saindo com outras mulheres?
Confesso que não me importava ATÉ tomar consciência que o que sentia por ele era mais do que uma amizade colorida, e sim uma coisa bem mais forte. Ele mesmo me dizia com quem tinha saído, mostrando (segundo a visão dele) a importância que eu tinha no universo dele.
Era engraçado e por que não, excitante. Mas agora vejo que tomou ares de puro desleixo, puro desafio, e muito mais agressão psicológica.


Quando nos conhecemos, fazia um esforço tremendo para que nossas saídas aos motéis da vida não fossem algo pesaroso. Afinal, ele tinha o dom de reclamar de não estar com muita grana no bolso.

Claro que isso foi um choque, afinal, quando namorava o Bernardo (que durou 7 longos anos), dinheiro era algo sem parâmetro. Nunca repetíamos o mesmo motel no início, mas quando declarei amar de paixão o Romain Ville, fizemos de lá base para nossas pernoites. Ficamos tão assíduos que tornamo-nos amigos dos gerentes (diurno e noturno) e das atendentes.
Portanto, não havia essa de “racionamento financeiro”. Estranhei claro, mas como tudo que é novo é interessante, continue naquela.
Ficamos assíduos de um motel perto de minha residência, barato, mas limpo. O custo lá era suportável, mas o que valia era a limpeza do lugar.
Quando o “Zé” saiu com uma moça, teve a “insensibilidade” de me dizer que no dia gastou mais do que deveria; “- Vi, gastei lá R$ 160,00 (lembro exatamente do valor). Tudo porque passei do horário normal, você sabe como sou, esqueço-me do tempo quando estou nesses lugares.”


Sim, eu lembrava mesmo, mas porque eu achava que comigo era especial. Perder-se no horário era algo comumentre nós dois, ficávamos entretidos com nossos desejos e nossas conversas e lá iam nossas quatro horas. No entanto, o privilégio do avançar no horário era somente meu. Ledo engano. Foi ai que comecei a perceber que meu lugar não era o da preferida, da escolhida. Não tinha lugar algum (por mais que ele afirmasse aos brados que eu sim, tinha meu lugar!).
Bom, terminado o relacionamento, nos encontramos num bar que costumávamos freqüentar juntos.
Mantendo uma cara bucólica e paisagística, sentamo-nos a mesma mesa. Conversamos coisas sem fundamentos, querendo eu manter uma postura de “amiga”, quando do nada coloca ele, em cima da mesa , um daqueles brindes de motel, um flip de fósforos, com a propaganda do motel em destaque, “Pousada do Cowboy”.
Na mesma hora meus olhos passearam pelo flip, pelos olhos dele, pelo flip, e novamente nos olhos dele. A cara redonda e os olhos pequenos (bem que me diziam, não confia em quem tem os olhos pequenos, estilo águia de rapina), não fizeram menção alguma de perceber o que estava acontecendo. Mas lá no fundo sabia sim.
E digam me se isso não era uma forma de agressão?
Ok, dirão os homens que não pensam iguais as mulheres. Concordo. No entanto o sentimento que algum homem teria ao ver sua ex (seja lá a nomenclatura escolhida) jogar em cima da mesa um flip de fósforo de um motel qualquer seria o mesmo que o meu.
Então, no que se refere a pergunta de minha amiga eu respondi: - Não, por que na época eu me achava a mais importante!!!!

É isso!!!