Ela planejou muito bem. Sabia que para um crime ser considerado perfeito, não deveria haver corpo de delito.
Mesmo planejado, aqueles momentos eram de pura ansiedade. Tremia, suava, o coração batia acelerado.
Começou cedo a procura dos apetrechos para o crime, procurou nos piores becos de São Paulo pelo possível comparsa, não poderia demorar muito e o “comparsa” teria que ser no mínimo, confiável.
Achou o infeliz, mas nada do “parceiro” ser a pessoa ideal, mas fazer o quê ? Teria que ser aquele mesmo.
O cheiro de álcool estava presente nele, muito forte, enjoativo.
Foram para o local do crime, ele observou bem o terreno, tirou todas as peças da mala preta, totalmente puída, e dispôs na mesa para iniciar o trabalho.
Pegou a chaira e afiou aquela faca longa, bem gordinha. Deixou tudo em cima da mesa, esperando pela chegada da vítima. Na chegada dela, a preocupação tomou conta do lugar, ela não sabia como agir, tentava controlar a tensão, continuava suando em bicas, secava com a toalha jogada no ombro e observava o “parceiro” frio, impávido, olhos calmos, sem emoção alguma.
Quando a vítima adentrou no ambiente, ela respirou fundo e deu o sinal para que o crime fosse perpetrado. E ele, num golpe certeiro e profundo, findou a vida daquele animal, separando todas as partes importantes e dispondo na mesa pronta para curtir.
Aquele animal seria um banquete especial de Natal para as vítimas do descaso das autoridades e da sociedade em geral.
Felizmente, na noite de Natal, eles iriam comer um verdadeiro assado e não uma sopa numa embalagem treta park®. O crime perfeito estava consumado. Saiu satisfeita.
(12° concurso, só para constar...)
4 comentários:
Deixa de modéstia, mania de desculpar-se... A concepção é boa, se bem que achei que muita coisa parece ter ficado implícita e, ao meu ver, poderiam ser mais exploradas, pois aposto que na sua cabeça tudo está bem definido, o relacionamento dos criminosos, por exemplo.
Ah, você não é medrosa. Preguiçosa, talvez... (rs)
Beijo.
Crime às avessas...
Eu gostei, achei original.
Cad meia loira aqui. O autor comeu o defunto, que era frango?. Ou reproduziram o massacre da serra elétrica?.
Vi, eu tenho medo de coisas de terror.....ave maria....já tô embaixo da cadeira
beijusssssssss
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