Cena: Sinal vermelho, carros parados, garotos “brincando” com malabares na faixa de contenção, um indivíduo se aproxima de um dos carros...
- Tenho culpa de você morar na rua? Foi eu quem te colocou ai? Vai trabalhar, vagabundo!
- Senhor, eu estou apenas pedindo uma esmola, não tenho o que comer!
- Sai da frente do meu carro, tira as mãos do vidro que mandei lavar.
- Senhor, eu trabalhava até cinco meses atrás, quando fiquei desempregado e não consegui mais pagar o aluguel... Vim parar nessa rua por obra e graça de um desalmado português, dono da casa onde morava eu, minha mulher e meus cinco filhos, por favor, uma esmola...
- Quem mandou você “fazer” tantos filhos, tenho eu que cuidar deles pra você? Não me peça mais nada... Saia da minha frente.
- Senhor, se eu fosse do mal, estaria com uma arma agora apontada para sua cabeça, mas sou uma pessoa do bem, só quero alimentar meus filhos.. por favor...
- Estou falando, sai da minha frente...
- Senhor, não me resta outra alternativa... Sai do carro (apontando um .38 para a cabeça do “Senhor”), passa a chave, a carteira e não ouse reagir. Vamos logo, estou com pressa...
- Ohhh, calma, calma... tudo...tudo bem.. estou soltando o cinto de segurança, um segundo... Poxa, reparei que você fala muito bem, qual era a sua profissão anterior?
Entrando no carro, ajustando o banco e olhando com olhos frios para o homem tremendo na rua, ele responde:
- Era um micro empresário, e tenho certeza que desprezei algum pai de família que pedia esmola para poder alimentar os filhos!!!!
E sai em disparada pela avenida, cantando os pneus daquele importado.
- Tenho culpa de você morar na rua? Foi eu quem te colocou ai? Vai trabalhar, vagabundo!
- Senhor, eu estou apenas pedindo uma esmola, não tenho o que comer!
- Sai da frente do meu carro, tira as mãos do vidro que mandei lavar.
- Senhor, eu trabalhava até cinco meses atrás, quando fiquei desempregado e não consegui mais pagar o aluguel... Vim parar nessa rua por obra e graça de um desalmado português, dono da casa onde morava eu, minha mulher e meus cinco filhos, por favor, uma esmola...
- Quem mandou você “fazer” tantos filhos, tenho eu que cuidar deles pra você? Não me peça mais nada... Saia da minha frente.
- Senhor, se eu fosse do mal, estaria com uma arma agora apontada para sua cabeça, mas sou uma pessoa do bem, só quero alimentar meus filhos.. por favor...
- Estou falando, sai da minha frente...
- Senhor, não me resta outra alternativa... Sai do carro (apontando um .38 para a cabeça do “Senhor”), passa a chave, a carteira e não ouse reagir. Vamos logo, estou com pressa...
- Ohhh, calma, calma... tudo...tudo bem.. estou soltando o cinto de segurança, um segundo... Poxa, reparei que você fala muito bem, qual era a sua profissão anterior?
Entrando no carro, ajustando o banco e olhando com olhos frios para o homem tremendo na rua, ele responde:
- Era um micro empresário, e tenho certeza que desprezei algum pai de família que pedia esmola para poder alimentar os filhos!!!!
E sai em disparada pela avenida, cantando os pneus daquele importado.
(Postado para o 9° Concurso dos Blogueiros Malditos. Tema: Desigualdade Social)
4 comentários:
mais um... caramba... ficarei indeciso...
até moça boa sorte
Esse seu texto me lembrou um curta que eu vi no festival de cinema de brasília no ano passado...
Na mira de uma arma todo mundo fica bonzinho, né??
Abraços malditos!
Ôpa! Vi que seus comentários nos textos dos outros dizendo que não era maldita e esse texto aí é o quê? Maldita sim, senhora.E bem vinda ao time.
abração
Concordo com Vanessa Ariadne!!
Sinta-se bem vinda e parabéns pelo teu texto e pela tua coragem. Concordo que é meio chato entrar em um lugar que todo mundo já se conhece e palpita como se fosse íntimo, né?
Mas é tudo bona gente!!!
Um abrçao de recepção!
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