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14 fevereiro 2006

Motéis...




Hoje acordei de susto, e pelo resto do dia, tenho certeza que vou passar com sustos.
Pois ao atender ao telefone uma amiga fez uma pergunta engraçada: - Na época do “Zé”, você se importava com ele saindo com outras mulheres?
Confesso que não me importava ATÉ tomar consciência que o que sentia por ele era mais do que uma amizade colorida, e sim uma coisa bem mais forte. Ele mesmo me dizia com quem tinha saído, mostrando (segundo a visão dele) a importância que eu tinha no universo dele.
Era engraçado e por que não, excitante. Mas agora vejo que tomou ares de puro desleixo, puro desafio, e muito mais agressão psicológica.


Quando nos conhecemos, fazia um esforço tremendo para que nossas saídas aos motéis da vida não fossem algo pesaroso. Afinal, ele tinha o dom de reclamar de não estar com muita grana no bolso.

Claro que isso foi um choque, afinal, quando namorava o Bernardo (que durou 7 longos anos), dinheiro era algo sem parâmetro. Nunca repetíamos o mesmo motel no início, mas quando declarei amar de paixão o Romain Ville, fizemos de lá base para nossas pernoites. Ficamos tão assíduos que tornamo-nos amigos dos gerentes (diurno e noturno) e das atendentes.
Portanto, não havia essa de “racionamento financeiro”. Estranhei claro, mas como tudo que é novo é interessante, continue naquela.
Ficamos assíduos de um motel perto de minha residência, barato, mas limpo. O custo lá era suportável, mas o que valia era a limpeza do lugar.
Quando o “Zé” saiu com uma moça, teve a “insensibilidade” de me dizer que no dia gastou mais do que deveria; “- Vi, gastei lá R$ 160,00 (lembro exatamente do valor). Tudo porque passei do horário normal, você sabe como sou, esqueço-me do tempo quando estou nesses lugares.”


Sim, eu lembrava mesmo, mas porque eu achava que comigo era especial. Perder-se no horário era algo comumentre nós dois, ficávamos entretidos com nossos desejos e nossas conversas e lá iam nossas quatro horas. No entanto, o privilégio do avançar no horário era somente meu. Ledo engano. Foi ai que comecei a perceber que meu lugar não era o da preferida, da escolhida. Não tinha lugar algum (por mais que ele afirmasse aos brados que eu sim, tinha meu lugar!).
Bom, terminado o relacionamento, nos encontramos num bar que costumávamos freqüentar juntos.
Mantendo uma cara bucólica e paisagística, sentamo-nos a mesma mesa. Conversamos coisas sem fundamentos, querendo eu manter uma postura de “amiga”, quando do nada coloca ele, em cima da mesa , um daqueles brindes de motel, um flip de fósforos, com a propaganda do motel em destaque, “Pousada do Cowboy”.
Na mesma hora meus olhos passearam pelo flip, pelos olhos dele, pelo flip, e novamente nos olhos dele. A cara redonda e os olhos pequenos (bem que me diziam, não confia em quem tem os olhos pequenos, estilo águia de rapina), não fizeram menção alguma de perceber o que estava acontecendo. Mas lá no fundo sabia sim.
E digam me se isso não era uma forma de agressão?
Ok, dirão os homens que não pensam iguais as mulheres. Concordo. No entanto o sentimento que algum homem teria ao ver sua ex (seja lá a nomenclatura escolhida) jogar em cima da mesa um flip de fósforo de um motel qualquer seria o mesmo que o meu.
Então, no que se refere a pergunta de minha amiga eu respondi: - Não, por que na época eu me achava a mais importante!!!!

É isso!!!

4 comentários:

Ly disse...

Vi, só agora eu consegui entender o que você me disse. Aqui tá bem explicadinho.
Mas vou te dizer uma coisa....Alguns homens não tem sutileza nenhuma com as pessoas, desconhecem os sentimentos. Como naquele post parei com as drogas, lesmas a se contorcerem a espera do sal......sinceramente, quanto mais eu leio mais me enojo....
As palavras são poderesas sim, mas tem pessoas q desconhecem o valor infinito delas.

Te adoro demais......afffff, é nojento isso....

beijusss

Ly

Anônimo disse...

Depois vou olhar aki seu blog e ver se tem seu endereço de mail, se tiver, vou te mandar um texto da Márcia Denser que chama: "Um pingo de sensibilidade". é mais ou menos isto q. vc contou aki...
Qdo fui casada, meu ex falou que estava morto de vontade de comer uma pizza, eu e minha maneira bia de ser, fui toda contentinha comprar uma pra ele, fazer surpresinha tola de qdo se está apaixonada...Qdo cheguei toda-toda com ela na mão, em vez do abraço, do beijo, recebi uma série de impropérios. "_Pô, como vc é burra, já que ia gastar, pq. não me perguntou o sabor?"
Fala sério! rs
Passado o choque inicial,acusei sete gerações dele e toda a família dele de falta de educação, ainda dando detalhes de como por exemplo, comiam de boca aberta.
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Como diz a Márcia, esses caras não tem um pingo de sensibilidade. rs
Te achei no blog da cad, e dei uma pasadinha aki p/ conhecer seu cantinho, se der, visite-me tbém:
www.nandaevc.blig.ig.com.br
Bjo!
bia.

Anônimo disse...

esse Zé já foi tarde! os zés são uns manés, na verdade, e nos cabe manter a devida distância.

Anônimo disse...

anônimo não, meu nome não é Zé Pequeno, é Tatiana!